Francisca
Anice Bezerra¹
Apresentamos a seguir algumas informações importantes sobre
Surdocegueira e Deficiência Múltipla.
Surdocegueira
“é uma condição que apresenta outras dificuldades além daquelas causadas pela
cegueira e pela surdez...” conforme
Lagati (1995) citado por Bosco;
Mesquita; Maia, 2010.
Para
McInnes (1999), citado por Bosco;
Mesquita; Maia. 2010 “a
surdocegueira é uma deficiência única...”
O
termo surdocegueira se refere a pessoas que tem perdas visuais e auditivas
concomitantes em graus diferentes, podendo ser: Surdocego total; Surdocego com
surdez profunda associada com resíduo visual;Surdocego com surdez moderada
associada com resíduo visual; Surdocego com surdez moderada ou leve com
cegueira; Surdocego com perdas leves, tanto auditivas quanto visuais. Maia,
2011.
Dependendo
do período em que surge a
Surdocegueira ela é definida como: Surdocegueira congênita ou Surdocegueira
adquirida. Maia, 2011.
De
acordo com a idade em que a surdocegueira se estabeleceu pode-se classificá-la
em Surdocegos Pré-lingüísticos ou Surdocegos Pós-lingüísticos. Bosco; Mesquita; Maia ,2010.
Já
a deficiência múltipla é considerada como uma associação de duas deficiências
ou mais, no Brasil, e na América Latina, América do Norte, Europa, Ásia e
Oceania a Deficiência Múltipla só é considerada se há nas associações das
Deficiências a Deficiência Intelectual. Maia, 2011.
No
Brasil pode ocorrer a Deficiência Múltipla: Física e Psíquica; Sensorial e
Psíquica; Sensorial e Física; Física, Psíquica e Sensorial. Maia, 2011.
Segundo
IKONOMIDIS, 2010 a Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989 define Deficiência múltipla como “a associação, no mesmo
indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (intelectual / visual /
auditiva / física), com comprometimentos que acarretam conseqüências no seu
desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa”.
A
pessoa com surdocegueira pode fazer o conhecimento do mundo pelo uso dos canais
sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e
vestibular. Já na deficiência Múltipla ela sempre terá o apoio de um dos canais
distantes (visão e ou audição) como ponto de referência. Maia, 2011.
No Folheto
FACT 3 ( Trad.Ikonomidis, Maia, 2008) encontramos informações importantes como “Comunicação é a troca
de informação entre duas ou mais pessoas.” (...) “Sistemas de comunicação não
simbólica são freqüentemente individualizados para cada individuo e pode ser
não convencional em sua natureza (...)Todos nós usamos formas de comunicação não
simbólica em uma variedade de maneiras diferentes todos os dias.” Algumas
pessoas que tem surdocegueira ou tem deficiências múltiplas usam sistemas de
comunicação não simbólica para tornar suas necessidades conhecidas.
De
acordo com Bosco; Mesquita; Maia ,2010 “Sem os sistemas adequados de
comunicação, o avanço nos estágios de desenvolvimento da linguagem pode levar
mais tempo para ocorrer.” (...) “Prioritariamente deve-se, portanto,
disponibilizar recursos para favorecer a aquisição da linguagem estruturada no
registro simbólico, tanto verbal quanto em outros registros, como o gestual,
por exemplo.”
ROWLAND e SCHWEIGERT
(Tradução Acess. Revisão: Maia, 2013) diz “A premissa de um sistema de símbolo
tangível é usar símbolos concretos como um sistema de comunicação. Pode ser
objetos inteiros, partes de objetos, objetos associados, texturas, formas,
fotografias, ou desenhos.”
Um
recurso que pode ser usado com alunos com surdocegueira ou com deficiências
múltiplas são os calendários de diferentes tipos, ou seja, “instrumentos que
favorecem o desenvolvimento da noção de tempo e que ajudam os alunos a
estabelecer e compreender rotinas(...) são úteis no desenvolvimento da
comunicação, no ensino de conceitos temporais abstratos e na ampliação do
vocabulário, conforme Maia et
AL (2008) citado por Bosco; Mesquita; Maia ,2010.
A
avaliação das necessidades dos alunos com surdocegueira e com deficiência
múltipla, a análise dos desafios postos para eles e o planejamento dos recursos
para a aprendizagem desses estudantes deverão acontecer conjuntamente entre o
professor da sala de recursos multifuncionais e o professor da sala comum
visando promover as adequações que ajudarão na participação desses alunos na
turma.
Dentre
os recursos a serem usados no processo
de aquisição de um sistema de comunicação destacamos:
· Objetos de referência;
· Caixa de antecipação;
· Calendários;
· Adequações visuais, táteis, etc.
· E os diferentes tipos de sistemas de comunicação descritos no Kit de idéias.
¹Graduação em Pedagogia, Biologia e Economia Doméstica. Especialização
em Gerontologia e em Formação
Continuada de Professores para o Atendimento Educacional Especializado - AEE (em
andamento). Atualmente Professora de AEE/Sala de Recursos Multifuncionais em
Horizonte – CE.
Referências
§
BOSCO,
Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea
UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência
Múltipla (2010).
§
Folheto
FACT 3 – COMMUNICATION / Primavera 2005 - Lousiana Department of Education
1.877.453.2721 State Board of Elementary and Secondary Education. Tradução: Vula Maria Ikonomidis.
Revisão: Shirley Rodrigues Maia. Junho de 2008.
§
Goold, Louise; Borbilas, Phyllis; Clarke, Annette;
Kane, Carol. Focalizando as
Necessidades de Comunicação do Indivíduo com Deficiências Múltiplas - Kit de Ideias: North
Rocks Press, 1993. Tradução Laura
Lebre Monteiro Ancillotto 1999 - Revisão Shirley Rodrigues Maia e Vula Maria
Ikonomidis 2012.
§
IKONOMIDIS,
Vula Maria Apostila sobre “Deficiência
Múltipla Sensorial”, 2010 sem publicar.
§
MAIA, Shirley Rodrigues. Aspectos
Importantes para saber sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla, 2011.
§
ROWLAND Charity e SCHWEIGERT Philip - Soluções
Tangíveis para Indivíduos Com Deficiência Múltipla e ou com Surdocegueira. Apostila
In mimeo. Tradução Acess. Revisão:
Shirley R. Maia - 2013.